sexta-feira, 17 de abril de 2015




Grupo Schahin pede recuperação judicial

EM 17 DE ABRIL DE 2015 AS 14H24
Empresa é citada nas investigações da Operação Lava Jato.
Recuperação judicial envolve 28 empresas do conglomerado. 
Fonte: G1
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Envolvido nas investigação da Lava Jato, o Grupo Schahin informou nesta sexta-feira (17), por meio de nota, que decidiu pedir recuperação judicial para 28 empresas do conglomerado. Além disso, vai abandonar suas atividades no campo da engenharia e construção para se concentrar na área de petróleo e gás. O processo da recuperação judicial envolve passivo da ordem de R$ 6,5 bilhões.

A Schahin Engenharia, que faz parte do grupo, está entre as empresas citadas como participantes de cartel de companhias acusadas de corrupção, segundo as investigações da operação Lava Jato. A Schahin tem origem que remonta à década de 1960 no setor de construção, ampliando o foco para energia em 1986 e telecomunicações em 1991, segundo a Reuters.

No último dia 6, a empresa interrompeu a operação de cinco unidades de perfuração que alugava para a Petrobras.

"A situação vivida decorre principalmente do fechamento dos mercados de crédito nacional e internacional, o que impossibilita o financiamento das atividades das empresas", informa.

"Nos últimos meses, todos os esforços possíveis para evitar a recuperação judicial foram feitos — da tentativa de lançar títulos no mercado de capitais e da renegociação de passivos existentes, até o repasse de contratos de obras — infelizmente, sem sucesso", diz a nota.

O Grupo Schahin afirma ainda que lamenta as demissões envolvidas na reestruturação do negócio, "mas confia solidamente na recuperação da sua capacidade empresarial no prazo mais breve possível". A empresa não informou o número de funcionários que serão demitidos.

A recuperação judicial possibilita que a empresa se reorganize em relação a suas dívidas e se recupere da crise financeira, preservando suas atividades e empregos, além de gerar a expectativa de saldar débitos com credores, evitando a falência.

Classificação de risco

No último dia 9, a agência de classificação de risco Fitch rebaixou a nota de crédito da Schahin Óleo e Gás, citando a “contínua deterioração da qualidade do crédito” da empresa.

“Alegações de que a unidade de engenharia do Grupo Schahin, a Schahin Engenharia, estaria envolvida nas investigações da Lava-Jato contribuem para agravar a situação”, afirmou a agência à época.

Outras empresas

A Schahin não é a primeira empresa envolvida na Lava-Jato a pedir recuperação judicial. No final de março, a OAS, uma das maiores do setor no país, entrou com pedido de recuperação de nove de suas empresas, citando a restrição de crédito decorrente das investigações.

Quatro executivos da OAS foram presos por conta da Lava Jato: o presidente da empresa, José Adelmário Pinheiro Filho; o vice-presidente do Conselho de Administração Mateus Coutinho de Sá Oliveira; o diretor Agenor Franklin Magalhães Medeiros e o funcionário José Ricardo Nogueira Breghirolli.

Dias antes, a Galvão Engenharia já havia feito o mesmo pedido, citando sua "atual condição financeira", “agravada pela inadimplência de alguns de seus principais clientes, dentre eles a Petrobras. A companhia estatal não honrou pagamentos de serviços adicionais executados, por ela solicitados e atestados”.

A Galvão Engenharia teve o nome relacionado à Operação Lava Jato em novembro de 2014, quando a Polícia Federal deflagrou a sétima fase da investigação. Na ocasião, o diretor de Negócios da empresa, Erton Medeiros, foi detido pelos policiais.

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