PRESÍDIO ILHA GRANDE:
De Graciliano Ramos a Fernando Gabeira, várias personalidades políticas ficaram enclausuradas na Ilha Grande, no Rio de Janeiro. A ilha abrigou um dos presídios mais famosos do país. E, antes, acolheu as instalações do Lazareto, local de isolamento e quarentena para passageiros de navios transatlânticos contaminados com doenças contagiosas.Desativada em 1994, a instituição foi transformada no Museu do Cárcere, que ocupa as quatro salas remanescentes da antiga Colônia Penal Cândido Mendes, em parte demolida. A exposição de abertura conta a história de cem anos do presídio, de 1894 a 1994.
Os meses passados no presídio da Ilha Grande inspiraram o escritor Graciliano Ramos a escrever suas Memórias do cárcere. Ele ficou preso entre 1936 e 1937, suspeito (mas nunca formalmente acusado) de participação no malsucedido levante comunista de novembro de 1935. Outros detentos também escreveram seus relatos, como Ilha Grande, de Orígenes Lessa, preso durante a Revolução Constitucionalista de 1932, e Exílio na Ilha Grande, de André Torrer, preso comum que morreu na prisão. O escritor Nelson Rodrigues e os comunistas Luiz Carlos Prestes e Agildo Barata também são citados entre os “presos famosos” da ilha.
Construído em parceria com a Universidade Estadual do Rio de Janeiro, o Museu do Cárcere faz parte de um complexo ecológico e cultural que está sendo instalado na ilha. O projeto inclui um Parque Botânico, o Museu do Meio Ambiente e um Centro Multimídia.
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