Presídios
O fim do Lazareto
Após a proclamação da República em 1889, o Lazareto passou por reformas (diga-se de passagem, um curto intervalo de tempo após a sua inauguração, uma rápida deterioração – fato devido à grande velocidade de sua construção). Foi nessa reforma que foi construído o aqueduto (um duto ou canal para transporte de água – ainda existente) com vazão de mil litros por hora.
Encerradas as atividades como lazareto em 1913, as instalações permaneceram desocupadas até aproximadamente meados da década de 30. Voltou a ser usado em 1939 como alojamento pelos fuzileiros navais, por ocasião de manobras militares as quais reuniam cerca de 10 navios na enseada do Abraão. Naquelas noites, os fuzileiros se reuniam e agitavam a comunidade da Vila quando praticavam o “MARACATU” , um tipo de música e dança de origem nordestina.
As colônias penais/presídios
Em 1903, foi instalada oficialmente a Colônia Penal de Dois Rios que serviu de presídio a pessoas julgadas por crimes comuns.
Em 1940, o Lazareto foi outra vez reformado e modificado para transformar-se então em presídio – Colônia penal Cândido Mendes que recebeu os presos comuns que estavam na Colônia de Dois Rios, a fim de que essa última abrigasse os presos políticos da 2ª Grande Guerra Mundial. Essas transferências foram devidas ao fato de que a Ilha de Fernando de Noronha , na qual estavam sendo aprisionados os presos políticos, foi cedida ao Governo americano para utilização como base Aero Naval. Paralelamente à reforma do Lazareto e à de Dois Rios, em 1940, foi iniciada a construção da estrada que liga Abraão a Dois Rios. A construção foi feita com mão de obra dos presos comuns. Tratores foram transportados por navios da Marinha .
A Colônia penal Cândido Mendes abrigou os presos comuns até 1954 quando então foram transferidos de volta para o presídio de Dois Rios que também mudou de nome para Cândido Mendes. Depois disso as instalações foram demolidas por ordem de Carlos Lacerda, que na época era Governador do Estado. O aqueduto foi a única coisa que restou inteira mas o local continua sendo chamado de Lazareto.
É sabido também que políticos, espiões , colaboradores de governos estrangeiros e célebres escritores passaram períodos de suas vidas na Colônia de Dois Rios. Alguns acabaram estabelecendo-se definitivamente na Ilha, outros deixaram para a posteridade, em seus livros, as amargas recordações do cativeiro. Dentre eles estão Graciliano Ramos e Orígenes Lessa (escritores) e os revolucionários, Flores da Cunha, Agildo Barata e outros mais.
O Presídio Candido Mendes, na praia de Dois Rios funcionou até 1994, quando os prédios foram implodidos, no governo Brizola. Na fase final, o presídio tornou-se inviável economicamente e já não havia mais condições de se manterem presidiários nas precárias condições dos prédios. Até brincamos que só ficava lá dentro o preso que não queria fugir.
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