quarta-feira, 15 de abril de 2015


 

Obama decide tirar Cuba da lista de patrocinadores do terrorismo

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, manifestou nesta terça-feira seu apoio à retirada de Cuba da lista do departamento de Estado de países que apoiam o terrorismo, um passo importante para o restabelecimento das relações bilaterais.
Obama enviou ao Congresso um texto onde ressalta a sua "intenção de retirar" Cuba dessa lista, um dos obstáculos para o avanço do processo de reconciliação diplomática.
Em uma breve carta de apenas quatro parágrafos, Obama afirmou ao Congresso que poderia provar que "o governo de Cuba não proporcionou apoio ao terrorismo internacional nos últimos seis meses".
Além disso, o presidente indico na carta que "o governo de Cuba deu garantias de que não vai apoiar atos de terrorismo internacional no futuro."
Em um comunicado oficial, a Casa Branca informou que a legislação determina que o presidente deve informar o Congresso sobre o caso 45 dias antes de qualquer decisão entrar em vigor.
Nesse período, o Congresso, dominado pelos opositores republicanos de Obama, pode bloquear medidas por uma resolução bicameral.
Em seu comunicado oficial, a Casa Branca indicou que "após análise cuidadosa" da permanência de Cuba nessa lista, "o Departamento de Estado concluiu que Cuba reúne as condições para que seja retirada" da lista de Estados patrocinadores do terrorismo.
"O Departamento de Estado recomendou que o presidente submetesse ao Congresso o relatório e a certificação exigida por lei", diz a nota.
Por sua vez, o secretário de Estado, John Kerry, declarou em outra nota que "é hora de retirar a designação de Cuba como um Estado patrocinador do terrorismo".
De acordo com Kerry, "as circunstâncias mudaram desde 1982, quando Cuba foi originalmente designada como Estado patrocinador do terrorismo (...). O nosso continente e o mundo estão muito diferentes hoje".
O governo de Raúl Castro qualificou de "justa" a decisão de Obama de excluir a Ilha da lista de países promotores do terrorismo.
"O governo de Cuba reconhece a justa decisão tomada pelo presidente dos Estados Unidos de eliminar Havana de uma lista na qual jamais deveria ter entrado. Como o governo cubano reafirmou em múltiplas ocasiões, Cuba rejeita e condena todos os atos de terrorismo, em todas as suas formas e manifestações, assim como qualquer ação que tenha por objetivo alentar, apoiar, financiar ou encobrir atos terroristas".
A declaração recorda que a Ilha "foi vítima de centenas de atos terroristas", que custaram a vida de 3.478 pessoas e incapacitaram outros 2.099 cidadãos cubanos.
Em Washington, o presidente da Câmara de Representantes, o opositor republicano John Boehner, considerou que tirar Cuba da lista era como "ficar amigo dos nossos inimigos ao invés de ajudar nossos aliados".
"Apressado", avaliou Ed Royce, republicano titular da Comissão de Relações Exteriores da Câmara baixa, sobre processo de aproximação entre Cuba e os Estados Unidos, anunciado em dezembro.
Do lado democrata, a representante Nancy Pelosi, líder da bancada governista, saudou a iniciativa de Obama e afirmou que a presença de Cuba nesta lista "não serve mais aos nossos interesses".
Ao contrário, o senador democrata de origem cubana, Bob Menéndez, queixou-se, dizendo que não havia "nenhuma explicação, nenhuma justificativa" para retirar Cuba da lista.
A inclusão de Cuba nesta relação de países prevê uma série de sanções contra a ilha, tais como uma restrição a qualquer ajuda dos Estados Unidos, mesmo através de organismos internacionais, o comércio de armas e acesso aos mercados financeiros internacionais. 
 

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