Em final 'improvável', Verdão e Peixe dão largada por início de ano feliz

William CorreiaSão Paulo (SP)

A partir das 16 horas (de Brasília) deste domingo, no mesmo estádio que sediou a abertura, o Campeonato Paulista começa sua final envolvendo os clubes grandes menos cotados no início do torneio. No Palestra Itália, Palmeiras e Santos, com presença na decisão que prova como suas reformulações não foram prejudiciais, se enfrentam em busca de um título que servirá como pontapé inicial perfeito em temporada de incertezas.

O campeão só será definido no dia 3, na Vila Belmiro, mas os dois times sabem a importância de um resultado positivo já neste fim de semana. O Verdão quase foi rebaixado à segunda divisão nacional no ano passado, quando celebrava seu centenário, e fez alterações na diretoria e na comissão técnica, além de 20 contratações. Não esconde sua surpresa por chegar à final, pois passou os primeiros meses do ano avisando que estaria pronto apenas durante o Brasileiro.

Do outro lado, o Santos enfrentou problemas financeiros que mudaram seu elenco – o goleiro Aranha e o volante Arouca, por exemplo, trocaram o clube pelo Palmeiras. Mas o time já tinha provado sua força ao protagonizar a segunda melhor campanha da primeira fase e ganhou ânimo batendo o São Paulo nas semifinais, como fez o Verdão, mas nos pênaltis, diante do Corinthians, em Itaquera.

“Foi uma semifinal muito legal pela importância do adversário e as adversidades que superamos. Isso se alastra, não tem como ser comedido. Transmite ao grupo uma confiança muito grande, atravessa aquela história de incerteza inicial pela herança deixada e passa realmente para o otimismo de almejar vencer o título. Isso afeta, nos deixa muito felizes. Mas saber que o resultado serve como equilíbrio é muito bom para manter os pés no chão”, declarou o técnico Oswaldo de Oliveira.

Divulgação

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Jogador mais velho e capitão, Zé Roberto deve voltar ao time após curar lesão (Cesar Greco/Ag Palmeiras)

Para a partida, apesar do mistério, o Palmeiras não deve contar com Valdivia, que sente dores no joelho esquerdo, mas Zé Roberto se recuperou de lesão na coxa direita e volta ao time. A aposta deve ser na base que encurralou o Corinthians no segundo tempo, com o volante Gabriel na lateral direita, Robinho recuado, Gabriel Jesus e Dudu abertos e Cleiton Xavier centralizado na linha de auxílio a Rafael Marques, centroavante apenas na teoria, já que se mexe bastante.

“Estamos bem preparados fisicamente e psicologicamente, que muitas vezes conta bastante em final. Estou ansioso para a hora da decisão, aquela que dá mais vontade e concentração para chegar ao domingo, na nossa arena, fazer com perfeição o primeiro jogo da decisão e conseguir um bom resultado”, comentou Gabriel.

O estádio lotado é uma das esperanças alviverdes. “A nossa torcida vem fazendo a diferença, nosso estádio está sempre cheio. Gosto muito de jogar em casa por isso, pelo apoio da torcida. A equipe que vem jogar contra nós sente bastante isso. É um ponto positivo e espero que possa dar certo”, falou Rafael Marques.

De desacreditado a finalista. Depois de um início de temporada conturbado, com saída de jogadores, ações na Justiça por causa de salários atrasados e troca de técnico, o Peixe se superou em campo, contrariou as previsões e a partir deste domingo começa a decidir o título do Campeonato Paulista contra o Palmeiras.

“Tudo isso serviu de motivação para nós. Viemos, trabalhamos firme e estamos na final. Olha como as coisas mudam”, comentou Ricardo Oliveira, um dos jogadores que foi contratado sob desconfiança e hoje é artilheiro isolado da competição e referência da equipe no ataque.

Ciente da importância da decisão, o Santos contou com apoio da torcida nos últimos treinos antes do duelo no Palestra Itália e busca seguir a mesma rotina que o credenciou ao título. “É continuar o que estamos fazendo, jogando bem, marcando, saindo nos contra-ataques e dar algo a mais para sair com a vitória”, explicou Chiquinho.

Ivan Storti/Santos FC

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Ricardo Oliveira chegou desacreditado, mas virou artilheiro do Paulista e referência do Santos finalista

Marcelo Fernandes, que assumiu a equipe interinamente na oitava rodada e acabou sendo efetivado no cargo depois da saída de Enderson Moreira, chega, logo eu seu primeiro trabalho como técnico, a uma decisão. Amigo de Oswaldo de Oliveira, com quem trabalhou no Peixe, o treinador admite que conhecer bem o hoje técnico palmeirense pode colaborar neste momento.

“Ajuda, como ele também conhece bem o elenco do Santos. Oswaldo é amigo próximo meu, só que somos profissionais. Amigos para sempre, mas ele luta pelo pão dele, e eu pelo do Santos. Ele tem a filosofia dele, é malandro, pode tentar outra coisa. O importante é que o Santos está preparado. Sabemos o que ele impõe no dia a dia e vamos trabalhar em cima disso para não ser surpreendido”, contou.

Sobre o time que vai a campo, a grande dúvida é justamente a presença da principal estrela. Um edema no músculo posterior da coxa esquerda transformou Robinho no foco das atenções durante toda a semana que antecedeu ao clássico. O atacante trabalhou intensamente com os fisioterapeutas do clube para ficar À disposição, mas sua escalação só será confirmada poucas horas antes do confronto. Caso o camisa 7 não esteja apto, Marquinhos Gabriel é o preferido de Marcelo Fernandes para repor a ausência do craque.

Gustavo Henrique, em fase final de tratamento também de um edema na coxa esquerda, deve formar dupla de zaga com David Braz. Porém, Paulo Ricardo, de apenas 19 anos, está preparado para jogar, já que Werley contraiu dengue e é desfalque certo. Valencia é outro que pode dar lugar a Leandrinho em função de dores na panturrilha. O colombiano corre contra o tempo para ficar à disposição.

FICHA TÉCNICA
PALMEIRAS X SANTOS

Local: Palestra Itália, em São Paulo (SP) 
Data: 26 de abril de 2015, domingo
Horário: 16 horas (de Brasília) 
Árbitro: Vinicius Furlan (SP) 
Assistentes: Carlos Augusto Nogueira Junior e Anderson José de Moraes Coelho (ambos de SP)

PALMEIRAS: Fernando Prass; Gabriel, Victor Ramos, Jackson e Zé Roberto; Arouca e Robinho; Gabriel Jesus, Cleiton Xavier e Dudu; Rafael Marques
Técnico: Oswaldo de Oliveira

SANTOS: Vladimir; Vitor Ferraz, Gustavo Henrique (Paulo Ricardo), David Braz e Chiquinho; Valencia (Leandrinho), Renato e Lucas Lima; Geuvânio, Robinho (Marquinhos Gabriel) e Ricardo Oliveira
Técnico: Marcelo Fernandes