Chuva parou Salvador
Arrastões, manifestações e caos no trânsito deram um clima de estado de sítio a Salvador
por
Alex Ferraz
Publicada em 28/04/2015 07:41:14
Foto: Romildo de Jesus
Salvador e Região Metropolitana viveram ontem um dia de estado de sítio. A junção de alagamentos e deslizamentos de terra com arrastões e até mesmo protestos, absolutamente descabidos e fora de hora, fez com que os efeitos das chuvas que caíram em profusão fossem potencializados, levando o governador Rui Costa a suspender viagem programada para Irecê a fim de dedicar-se à cidade, juntamente com o prefeito ACM Neto, sendo que este solicitou, inclusive, reforço policial para tentar combater os assaltos a motoristas presos em enormes engarrafamentos.
Aulas foram suspensas em parte dos colégios municipais e na Uneb, o Tribunal Regional do Trabalho também suspendeu as atividades em Salvador, Camaçari e Simões Filho, enquanto o Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar reiteravam advertências para que a população ficasse em casa.
Seja pelas advertências das autoridades ou pela absoluta falta de mobilidade (os ônibus desapareceram, presos nos enormes engarrafamentos), parte da população realmente ficou em casa e o que se viu foram lojas fechadas.
Na Djalma Dutra, por exemplo, onde há forte comércio ligado a automóveis e motos, parte das casas comerciais ficou fechada e as que abriram amargaram a falta de clientes e de funcionários. Até o meio-dia de ontem, nenhum ônibus circulou pela Djalma Dutra e adjacências.
Na Baixa de Quintas, grandes alagamentos impediram o trânsito e um automóvel Corsa chegou a ser “engolido”. Lá também muitas lojas ficaram fechadas. “Vivemos um dia de Estado de Sítio”, desabafou o corretor Roberto Martins Souza, enquanto tentava empurrar seu carro para encostá-lo, após uma pane.
ARRASTÕES
Em meio a uma falsa denúncia da fuga de quase dois mil presos da penitenciária Lemos Brito, prontamente desmentida pelo governo do Estado, diversos arrastões bastante reais ajudaram a piorar a situação caótica vivida na capital baiana durante o dia de ontem. De todo lado surgia informações sobre assaltos a motoristas presos no trânsito, o que levou o prefeito ACM Neto a solicitar reforço da segurança pública.
Paralela, Orlando Gomes, ACM (inclusive em frente ao Detran) e Via Regional (próximo ao Barradão) foram algumas das avenidas onde os motoristas foram atacados por bandidos.
Operação especial para salvar vidas
A prefeitura de Salvador realizou uma operação especial com 500 servidores de todos os órgãos. “Sob a coordenação direta do prefeito ACM Neto, a prioridade das equipes é atender aquelas ocorrências que coloquem em risco a vida das pessoas, sobretudo os casos de deslizamento”, disse a nota oficial da prefeitura.
A falta do transporte coletivo foi mais um agravante para a situação crítica que a cidade viveu ontem (e que pode se repetir, pois a meteorologia prevê mais chuvas, inclusive tempestades na Região Metropolitana e cidades do interior). Sem condições de enfrentar os pontos de alagamentos, os coletivos ficaram presos no trânsito e os passageiros, sem alternativa, decidiram seguir a pé, alguns voltando para casa. Em boa parte da cidade, não se via um ônibus sequer transitando, o que, ironicamente, fez com que o trânsito ficasse tranquilo no Centro.
A Transalvador emitiu nota alertando a população para tentasse evitar a avenida Paralela, sentido Centro (Marginal da Unijorge e Condomínio Amazonas); Bonocô, nos dois sentidos; ACM; Tancredo Neves (próximo à Madeireira Brotas); Régis Pacheco; Oscar Pontes; Rua Artêmio Valente, próximo ao Barradão; Estação Pirajá; Barros Reis; Sete Portas; Rótula do Abacaxi; Jardim Cruzeiro e Calçada, pois nestes locais há pontos de alagamento. No entanto, a Transalvador vem trabalhando com todo o seu efetivo em toda a cidade para monitorar o tráfego e amenizar os problemas causados pela chuva.”
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