domingo, 26 de julho de 2015


Assad reconhece 'falta de recursos humanos' no exército sírio

Com guerra civil, 230 mil foram mortos e milhares ficaram feridos. 
"A palavra derrota não existe no dicionário do exército sírio", disse Assad.

Da France Presse
Presidente sírio Bashar al Assad discursa na TV sobre a guerra civil no país (Foto: Press TV via AP video)Presidente sírio Bashar al Assad discursa na TV
sobre a guerra civil no país
(Foto: Press TV via AP video)
O presidente sírio, Bashar al-Assad, reconheceu neste domingo (26) que existe "uma falta de recursos humanos" no exército, ao mesmo tempo em que afirmou que suas tropas eram capazes e vencer a guerra contra os rebeldes.
Após mais de quatro anos de guerra civil, 230 mil foram mortos e milhares ficaram feridos, o exército sírio, que teve seus efetivos reduzidos à metade, segundo os especialistas, registrou muitas derrotas frente aos rebeldes, sobretudo no norte.
"Há uma falta de recursos humanos", reconheceu Assad perante representantes de organismos econômicos em Damasco, acrescentando que "o problema que as forças armadas enfrentam não tem relação com o planejamento, mas com o cansaço".
"É normal que um exército seja afetado pelo cansaço, mas o cansaço e a derrota não são a mesma coisa", ressaltou rapidamente em seu discurso, transmitido pela televisão.
"A palavra derrota não existe no dicionário do exército sírio", acrescentou em meio aos aplausos. "Vamos resistir e vamos vencer", declarou.
Assad havia decretado um dia antes uma anistia para os desertores, com a condição de se alistarem no exército em um prazo determinado.
"Este decreto busca encorajar os desertores a se unirem ao exército", explicou o presidente sírio.
Os soldados que se uniram à rebelião não podem se beneficiar desta anistia.
O exército sírio, que combate tanto os rebeldes quanto os jihadistas, viu suas forças se enfraquecerem, apesar de uma ampla campanha publicitária lançada no início de julho para convocar os cidadãos a se alistar.
"É preciso tomar medidas específicas para aumentar (as tropas) com o objetivo de realizar as missões urgentes", considerou Assad.
Mais de 80.000 soldados e milicianos favoráveis ao regime morreram desde o início do conflito, o que representa um terço dos 230.000 mortos registrados no total pelo Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).
Assad também justificou a retirada de suas tropas de certas regiões que o regime perdeu nos últimos meses, sobretudo na província de Idleb (noroeste), explicando que "o exército não pode estar presente em cada esquina do território".
"Às vezes concentramos o arsenal e as tropas em uma região importante, mas isso é feito em detrimento de outros locais, que se tornam mais frágeis", argumentou.
Segundo os especialistas, o regime considera como a "Síria útil", ou seja, vital para sua sobrevivência, as cidades centrais de Damasco, Hama e Homs, assim como a região costeira de Lataquia.
Em relação às negociações para encontrar uma saída ao conflito, Assad reiterou que "toda proposta política que não esteja fundada na luta contra o terrorismo não terá sentido".
O regime sírio considera terroristas toda a oposição, tanto rebeldes quanto jihadistas.
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