São Paulo - O dólar abriu em alta e continua subindo em divergência ao comportamento da moeda ante o euro e algumas moedas de economias pautadas por commodities.
No Brasil, os agentes digerem as novas ambições fiscais da equipe econômica. A redução da meta de superávit primário para o mandato de Dilma Rousseff, com a possibilidade de o governo realizar um déficit, gera uma postura defensiva entre os agentes econômicos em meio ao cenário turvo que o Brasil vive.
Os analistas e investidores imprimem uma alta nas taxas de juros no mercado futuro sugerindo que o trabalho que não vai ser feito pela política fiscal terá de ser realizado pela política monetária - como foi observado, por outros motivos, no mandato presidencial anterior.

A alta das taxas mais longas influencia os contratos futuros de dólar.
Às 9h43, o dólar à vista estava em alta de 1,58%, cotado a R$ 3,2780. NaBM&FBovespa, o contrato de dólar para agosto estava em alta de 1,65% e era negociado a R$ 3,2890.
Muitos economistas ouvidos pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, entre quarta-feira, 22, e esta quinta-feira, 23, elogiaram a mudança na meta de superávit primário.
Hoje, em boletim a clientes, a equipe do banco Bradesco, dirigida por Octavio de Barros, enalteceu a mudança em razão de seu "realismo e transparência".
Assim como a questão fiscal, a confirmação do aumento do desemprego mas com aumento do rendimento médio real dos trabalhadores tende a captar a intenção dos analistas.
Às 9h, o IBGE divulgou que a taxa em junho ficou em 6,9% (exatamente a mediana calculada pelo AE Projeções) sendo que o rendimento médio real dos trabalhadores, por sua vez, registrou alta de 0,8% em junho ante maio.
É interessante observar que, na comparação com junho de 2014, houve recuo de 2,9%.