sexta-feira, 17 de julho de 2015



FBI não vê ligação entre atirador de Chattanooga e terrorismo internacional

Familiares e amigos do jovem que matou quatro marines e feriu outras três pessoas estão incrédulos com o seu comportamento. Mohammod Youssuf Abdulazeez era “um tipo normal”.
Mohammod Youssuf Abdulazeez tinha 24 anos
As autoridades norte-americanas estão a investigar os motivos que levaram Mohammod Youssuf Abdulazeez a atacar dois edifícios militares, em Chattanooga, na quinta-feira. O jovem matou quatro marines e feriu outras três pessoas, antes de ser abatido pela polícia. Até ao momento, o FBI não encontrou qualquer ligação entre Abdulazeez e um grupo terrorista internacional, e não chegou a nenhuma conclusão sobre os motivos para o ataque.
Filho de pai kuwaitiano e mãe palestiniana, Mohammod Youssuf Abdulazeez, de 24 anos nasceu no país do pai. No início dos anos 1990 e com o rebentar da Guerra do Golfo, a família emigrou para os Estados Unidos e por aí se fixou. Tanto Abdulazeez como as irmãs, possuem nacionalidade norte-americana, segundo os testemunhos recolhidos pelo jornal The Washington Post.
Para o FBI, que lidera a as investigações sobre a morte dos quatro marines e o ferimento de outras três pessoas, em duas instalações militares de Chattanooga, no estado do Tennessee, não são claros os motivos de Abdulazeez. Até ao momento, nada aponta para que haja uma ligação directa entre o atirador, abatido pela polícia, e uma qualquer organização terrorista internacional.
O perfil discreto de Mohammod Youssuf Abdulazeez está a contribuir para a dificuldade das autoridades federais em perceber os seus motivos. Segundo oThe New York Times, o jovem era bastante “religioso e conservador”, tal como a sua família, mas nunca tinha dado sinais de ser uma pessoa “violenta”. Formou-se e trabalhou como engenheiro e era tido como uma “pessoa normal”.
“Ele era uma pessoa calma, esperta e tranquila, que costumava brincar”, partilhou Greg Raymond, um antigo colega do liceu Red Bank High School, à agência Reuters. “Parecia ser mesmo um tipo normal”. No seu último ano, Abdulazeez escreveu, com algum humor e provocação, por baixo da sua fotografia no anuário do liceu: “O meu nome provoca alertas de segurança nacional. O que faz o vosso?”.
Uma fonte anónima do FBI revelou ao Washington Post que o pai de Abdulazeez esteve na lista de pessoas a vigiar dos Estados Unidos, durante alguns anos, mas acabou por ser removido. O filho, Mohammod Youssuf, apenas cometeu um delito digno de registo, em Abril de 2015, ao ser detido por conduzir sobre o efeito de álcool.
A verdade é que o atirador nunca deu sinais de ser uma pessoa de comportamentos excessivos ou violentos. Fazia parte da equipa de wrestlingno liceu e alguns vídeos de combates que realizou estão publicados no YouTube.  Os vizinhos descrevem-no como um “bom rapaz” e alguém em quem “confiavam”, sem problemas. “Aqui somos como uma família”, disse Elijah Wilkerson, um antigo vizinho dos Abdulazeez, acrescentando que costumava passear com os membros da família.
Os relatos do ataque às instalações militares de Chattanooga  deixaram familiares e amigos incrédulos. “Estou chocado”, confessou Abraham Abdulazeez, um primo do autor dos crimes, citado pelo New York Times. “Não sei que mais posso dizer. Estou absolutamente chocado”, acrescentou.
Obama envia condolências
O ataque de Mohammod Youssuf Abdulazeez no Tennessee é mais um episódio de violência relacionada com armas nos Estados Unidos.
O Presidente norte-americano, Barack Obama, falou na quinta-feira à imprensa, a partir da Casa Branca, e descreveu a morte dos quatro soldados como um “acontecimento devastador” contra aqueles que “serviram o país com tanto valor”.
Obama aproveitou para prestar condolências aos familiares das vítimas e assegurou que estes têm o apoio de “todos os norte-americanos”. Apelou ainda às forças de segurança do país para estarem “atentas e vigilantes”, de forma a serem conhecidos todos os detalhes deste ataque. Texto editado por Sofia Lorena

        

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