AIEA diz que Irã continua a impedir acesso ao programa nuclear
29/05/15 às 08:59 - Atualizado às 09:10 Folhapress
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) disse que o Irã não coopera o suficiente na investigação das acusações de que o país teria a intenção de produzir uma bomba atômica, em relatório divulgado nesta sexta-feira (29). A investigação foi iniciada em novembro de 2013 de comum acordo entre a República Islâmica e a agência vinculada à ONU para tentar responder à suspeita, levantada pelo grupo 5+1 -EUA, Reino Unido, França, Rússia, China e Alemanha. No documento, a agência diz que o país envia algumas informações sobre o funcionamento das usinas nucleares suspeitas, mas se recusa desde agosto a aceitar medidas práticas para dar continuidade ao trabalho dos observadores. A principal solicitação negada por Teerã é o acesso a instalações suspeitas, onde poderiam ser realizados o enriquecimento de urânio para fins militares, como a usina nuclear de Parchin, e o desenvolvimento de carga nuclear para mísseis. A agência também reclama da recusa dos iranianos em permitir encontros com funcionários responsáveis pela pesquisa e o desenvolvimento do programa atômico. As duas partes continuam em contato para avançar na investigação. ACORDO NUCLEAR A cooperação com a AIEA é vista pelos EUA como um dos pontos necessários para que seja assinado um acordo final com o Irã, forçando o país a diminuir seu enriquecimento de urânio em troca do alívio de sanções econômicas. Para diplomatas ocidentais, as recusas aos investigadores são um indicador de que o Irã só cooperará com a agência nuclear se forem retiradas parte das punições americanas e europeias. O relatório é divulgado um dia antes da volta das negociações pelo pacto, previstas para terminar em 30 de junho. Os EUA dizem que não pretendem negociar por mais tempo, embora França e Irã tenham apontado que pode haver novo adiamento. Em abril, as potências e a República Islâmica revelaram um plano de ação para um acordo final, mas diversos pontos ficaram em aberto, como as condições para a retirada das sanções e o monitoramento do cumprimento do pacto pelo Irã.
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