domingo, 31 de maio de 2015



Eleições regionais na Itália testam popularidade de Matteo Renzi

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Cerca de 20 milhões de italianos votaram neste domingo em eleições regionais e municipais parciais que irão testar a popularidade do chefe do governo, Matteo Renzi, e onde o futuro político de seu predecessor, Silvio Berlusconi, está em jogo.
Ao meio-dia (7h de Brasília), a taxa de participação era de 20,2% para as municipais e de 13% a 17,7% para as regionais, alguns pontos percentuais a mais do que nas eleições de 2010 para o mesmo horário. Naquela ocasião, em muitas áreas as seções eleitorais ficaram abertas por mais dois dias.
Os colégios eleitorais se abriram às 7h (2h de Brasília) em sete das 20 regiões do país - Vêneto, Liguria, Toscana, Marcas, Umbria, Campania e Púglia - e fecharão às 23h (18h de Brasília).
Também serão eleitos os prefeitos de 750 municípios, incluindo Veneza, Mantua e Agrigento.
A contagem vai continuar na segunda-feira nos municípios da Sicília, e continuará, se necessário, com um segundo turno em 14 de junho nas eleições municipais e, eventualmente, para eleger o governador da Toscana.
Os primeiros resultados serão conhecidos na segunda-feira de manhã.
Estas são as primeiras eleições desde as europeias há um ano, em que venceu o Partido Democrata (PD, esquerda) de Renzi com 40,1% dos votos.
Embora o primeiro-ministro tenha ressaltado no sábado que as eleições locais têm apenas "valor local", o jovem chefe de governo, comprometido com um programa de reforma criticado pela ala esquerda de seu partido, pode perder popularidade caso seus resultados sejam modestos.
Vai ser difícil tirar conclusões em uma eleição marcada pela confusão gerada pela paisagem política.
O PD se apresenta dividido na Liguria, onde sua facção esquerdista tem outro candidato, contra uma direita unido em torno de um único candidato, apoiado pela Forza Italia e pela Liga Norte, um partido anti-europeu e xenófobo.
Há também candidatos dissidentes no Vêneto (Liga do Norte) e na Púglia (Forza Italia).
Cinco das sete regiões onde as eleições são realizadas estão nas mãos da esquerda (embora um dos governadores tenha passado para a direita), e outra é governada pela Liga do Norte e o restante pela Forza Italia.
O fim da campanha foi marcado pela decisão de uma comissão parlamentar anti-máfia na sexta-feira de incluir na sua lista de políticos que não podem estar presentes por suas sentenças judiciais Vincenzo De Luca, candidato do PD para governador em Campania, a região Nápoles.
De Luca, ex-prefeito de Salerno que foi nomeado em março depois de uma primária, foi condenado em primeira instância por abuso de poder e deve ser julgado a partir de junho por outros crimes (fraude, conspiração, abuso de poder).
A oposição também irá medir sua força nestas eleições, especialmente o Movimento 5 Estrelas do ex-comediante Beppe Grillo, que somou 25% dos votos nas eleições de 2013, mas não conseguiu consolidar sua presença na política italiana por causa de sua recusa em fazer alianças.
A atenção também vai incidir sobre os resultados da Forza Italia e da Liga do Norte, que se apresentam juntas em algumas regiões, mas que disputam a hegemonia na direita.
A reforma eleitoral adotada recentemente que será implementada na próxima eleição legislativa tem como objetivo reforçar o bipartidarismo no país.
Para Berlusconi, cujo partido Forza Italia está em declínio, esta é uma das últimas chances para mostrar que aos 78 anos ainda tem uma palavra a dizer na política.
No entanto, no que o jornal La Stampa descreveu como "aumento da tragicomédia", o Cavaliere terminou sua campanha na sexta-feira indo por engano no comício do oponente de seu candidato em um município da aglomeração de Milão.

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