terça-feira, 30 de junho de 2015



 

Ao minuto: Jornal grego diz que Tsipras pondera aceitar proposta de “última hora”

Salvo algum volte face inesperado, a Grécia não pagará os quase 1.544 milhões de euros que esta terça-feira deveria reembolsar ao Fundo Monetário Internacional (FMI), o que cria grande incerteza sobre o futuro do país e da zona euro.
REUTERS/ALBERT GEA
O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, estará a ponderar a aceitação da proposta de “última hora” para um acordo, feita pelo presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, disseram fontes governamentais ao diário grego Kathimerini.
O jornal escreve que a pressão causada pelo encerramento dos bancos e a aproximação do fim do prazo para um pagamento ao FMI levou membros do Governo a defenderem a aceitação. O gabinete de Tsipras terá informado a Comissão Europeia de que está a analisar a proposta.
O jornalista Peter Spiegel, do Financial Times, disse que a informação lhe foi desmentida por fontes do executivo. Mas escreveu no seu Twitter que o Governo grego poderá propor uma alternativa, na tarde desta terça-feira.
A proposta de “última hora” feita a Tsipras telefonicamente na segunda-feira por Juncker, prevê concessões dos credores em matérias como o IVA da hotelaria, que ficaria em 13% e não em 23%, e nas pensões mais baixas. Bruxelas aceitaria discutir  uma reestruturação da dívida. O primeiro-ministro deveria, em contrapartida, segundo a Reuters, aceitar o acordo por escrito, até ao fim desta terça-feira, e defender o “sim” no referendo de domingo.
O jornalista Peter Spiegel, do Financial Times, disse que a informação de que Alexis Tsipras estaria a ponderar aceitar a proposta de "última hora" de Juncker lhe foi desmentida por fontes do Governo. Mas escreveu no seu Twitter que o executivo grego poderá propor uma alternativa, na tarde desta terça-feira.
O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, estará a ponderar a aceitação da proposta de “última hora”  feita pelo presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, disseram fontes governamentais ao diário grego Kathimerini.

O jornal escreve que a pressão causada pelo encerramento dos bancos e a aproximação do fim do prazo para um pagamento ao FMI levou membros do Governo a defenderem a aceitação. O gabinete de Tsipras terá informado a Comissão Europeia de que está a analisar a proposta.
Uma vitória do “sim” no referendo grego permitiria aos credores negociarem com outro Governo em Atenas, disse o chefe do executivo espanhol, Mariano Rajoy. “Se o referendo acontecer e se [o primeiro-ministro grego, Alexis] Tsipras perder o referendo, será uma coisa boa para a Grécia porque os gregos terão dito sim, nós queremos ficar no euro, e poderemos negociar com outro Governo”, disse, numa entrevista à cadeia Cope. No cenário de vitória do “não” a Grécia “não tem outra alternativa que não seja sair do euro”, afirmou também.
Uma operação de crowdfunding para ajudar a Grécia a conseguir os quase 1600 milhões de euros que a Grécia tem de reembolsar ao FMI, lançada na segunda-feira na plataforma Indiegogo teve já a adesão de 1496 pessoas, que contribuíram com 21.534 euros. Os promotores da campanha acreditam conseguir reunir o montante, argumentando que basta cada europeu desembolsar três euros. Caso o objectivo seja cumprido, cada doador receberá em troca produtos gregos, consoante o valor (entre três e 25 euros) que desembolsou. Com três euros de donativo o prémio é um postal enviado da Grécia, seis euros valem uma salada de queijo feta e azeite, dez uma pequena garrafa de Ouzo e 25 euros uma garrafa de vinho. https://www.indiegogo.com/projects/greek-bailout-fund#/story
Os juros da dívida de Portugal estão a subir a dois, cinco e dez anos, à semelhança do que se passa com os da Irlanda, Itália e Espanha. Os juros a dez anos subiam para 3,116%, contra 3,083% na segunda-feira. No mesmo sentido, os juros a cinco anos aumentam para 1,773%. No prazo de dois anos, a subida é de 0,121% (0,114% na segunda-feira).

Os juros da Grécia a dois e dez anos também estão a crescer para 38,699% e 15,298%, respetivamente, detalha a Lusa.
Panos Skurletis, ministro do Trabalho e um dos pesos-pesados do Syriza, disse que os dirigentes europeus estão empenhados em travar a ascensão de outros partidos de esquerda, o que, em seu entender, explica a sua forma de actuar com o Governo de Atenas. “Têm medo do avanço de forças como o [partido espanhol] Podemos e querem impedi-lo de qualquer forma. E o modo de o conseguir é afundar-nos, para conseguir desse modo que o exemplo do Syriza na Grécia não possa ser uma referência para outros países em situação parecida com a nossa”, disse, numa entrevista ao jornal espanhol El Mundo.
Não há quaisquer sinais de resposta positiva a uma proposta de “última hora” feita na segunda-feira pelo presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker. Os credores fariam concessões no IVA da hotelaria e nas pensões mais baixas e Bruxelas prepararia um “pacote” de crescimento de 35.000 milhões de euros, acompanhado da promessa de reestruturação da dívida no Outono. Alexis Tsipras deveria, segundo a Reuters, aceitar o acordo por escrito, até ao fim desta terça-feira, e defender o “sim” no referendo de domingo.
 
“A Itália já está fora da linha de fogo”, disse o chefe do Governo italiano, Matteo Renzi, comentando os receios de repercussões da crise grega no seu país. “Fizemos um percurso corajoso de reformas estruturais, a economia encaminha-se para a retoma e o chapéu-de-chuva do Banco Central Europeu protege-nos: são três características que tornam para a Itália esta crise diferente da de há quatro anos”, disse ao jornal económico Il Sole 24 Ore. Renzi declarou que a sua preocupação “não tem a ver com o que possa acontecer à Itália, mas com os cenários globais de dificuldades que possam ocorrer”.

As bolsas europeias despertaram nesta terça-feira com quedas menos pronunciadas em comparação com a abertura dos mercados na segunda-feira. A maior descida é protagonizada por Lisboa, onde o PSI20 desce 0,53%, para os 5.501,29 pontos. Ontem fechou a derrapar 5,22%, o pior resultado da Europa. Em Frankfurt, o Dax recua 0,23% para 11.058,04, quando segunda-feira terminou o dia a cair 3,56%. Londres inaugura o dia a diminuir 0,40%. O índice europeu FTSEurofirst 300 também desce 0,5%, recuperando face à queda de 2,8% de segunda-feira.

Na Ásia, a bolsa de Tóquio encerrou a sessão em alta ligeira, com o principal índice, o Nikkei, a progredir 0,63%, cotando-se nos 20.235,73 pontos. Em Xangai, o mercado fechou em forte alta, de 5%, recuperando da descida de 5% na segunda-feira.
Grécia vai reabrir entre quarta-feira e o final da semana 1000 dependências bancárias para permitir levantamentos de dinheiro aos pensionistas que não usam as caixas automáticas, confirmou, esta terça-feira, o ministério das Finanças, tornando oficial uma possibilidade que já tinha sido falada. Cada pensionista poderá levantar 120 euros esta semana. Os bancos gregos devem ficar fechados para outros fins até depois do referendo de 5 de Julho.
 
Um destacado dirigente da CSU (União Social Cristã), partido “irmão” da CDU da chanceler Angela Merkel, defende uma saída “ordenada” da Grécia da zona euro, por considerar que essa é a melhor opção para todas as partes. Markus Soeder, titular da pasta das Finanças do estado da Baviera, disse à rádio Deutschlandfunk que um plano de saída “ordenado e criterioso” seria o “melhor caminho”. A CSU já era adepta de uma posição dura nas negociações, mesmo antes da ruptura, no final da semana passada.
A Fitch cortou a notação de quatro bancos gregos para "incumprimento restrito", atribuído quando uma entidade passou por uma recente falta de pagamento de um empréstimo, juros ou outra obrigação financeira concreta, mas não entrou ainda na falência. Em comunicado, divulgado segunda-feira à noite, a Fitch adiantou que o controlo de capitais, incluindo as restrições aos levantamentos bancários, representa um incumprimento restrito, porque "afecta uma parte relevante das obrigações principais" dos bancos.
 
Uma notícia que vem ainda de segunda-feira: a Grécia admite a possibilidade de recorrer à justiça para evitar ser afastada da zona euro, no caso de não ser conseguido qualquer tipo de acordo. A hipótese foi posta pelo ministro das das Finanças, Yanis Varoufakis, citado pelo jornal britânico Daily Telegraph. "O governo grego tem todos os direitos legais ao seu dispor", escreveu, citando Yanis Varoufakis.
"Estamos a aconselhar-nos e certamente vamos considerar a possibilidade de uma providência cautelar junto do Tribunal de Justiça Europeu. Os tratados da União Europeia não prevêem [a] saída do euro e não a aceitamos. A nossa pertença [à zona euro] não é negociável", declarou.
            

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