domingo, 28 de junho de 2015



 
Minuto-a-minuto: Bruxelas acreditava que se podia chegar a um acordo abrangente no Eurogrupo
28 Junho 2015, 10:05 por Alexandra Machado | amachado@negocios.pt
O BCE emitiu um comunicado onde garante que a linha de emergência para os bancos gregos vai manter-se aberta. O BCE esteve reunido esta manhã depois do Eurogrupo não ter aceitado estender o prazo do programa grego, que termina a 30 de Junho. Mas os gregos só realizam o referendo a 5 de Julho. Acompanhe aqui os principais acontecimentos.
15h31 - O Guardian revela que a reunião do conselho de estabilidade financeira da Grécia vai reunir-se a partir das 18h locais, ou seja, 16h de Lisboa. Ao "leme" deste encontro está o ministro das Finanças, Yannis Varoufakis, e o governador do Banco Central da Grécia, Yannis Stournaras. O Governo já disse ser contra o controlo de capitais. 

15h00 - 
"Em nome da transparência e para informar o povo grego, a Comissão Europeia publica a última proposta acordada entre as três instituições (BCE, Comisão Europeia e FMI), que tem em conta as propostas das autoridades gregas de 8,14, 22 e 25 de Junho bem como as conversações políticas e técnicas ocorridas durante a semana". É assim que Bruxelas justifica a publicação e disponibilização online da lista de propostas que os credores pretendiam que os gregos aceitassem.

Foi com base neste texto que as discussões prosseguiram sexta-feira. "As partes envolvidas acreditavam que na reunião de sábado do Eurogrupo se podia alcançar um acordo abrangente para a Grécia, um acordo que não incluísse apenas medidas acordadas entre ambos mas que também pudessem endereçar necessidades de financiamento futuras e a sustentabilidade da dívida grega. E incluia ainda aprovação de um pacote de ajuda ao crescimento e emprego".

No entanto, continua a Comissão em comunicado, não foi possível finalizar e apresentar ao Eurogrupo devido a uma "decisão unilateral" das autoridades gregas de abandonarem o processo a 26 de Junho. 

13h50 - O BCE mantém a linha de emergência para os bancos gregos abertas aos níveis de sexta-feira, anunciou o Banco Central, num comunicado

A decisão era esperada depois de ter sido noticiado pela BBC que o BCE poderia cortar essa liquidez.

"Dadas as circunstâncias, o Conselho decidiu manter o tecto da linha de emergência para os bancos gregos ao nível de sexta-feira, 26 de Junho". Mas garante estar pronto a reconsiderar a situação. 

Citado no comunicado, Mario Draghi garante que "continuamos a trabalhar com o Banco da Grécia".
13h40 - Numa entrevista à rádio da BBC, Yannis Varoufakis, citado pelo Guardian, insistiu que a Grécia não pode ser afastada da zona euro. É que não existe qualquer mecanismo para sair da moeda única.

Em relação ao controlo de capitais, Varoufakis admite ser um assunto a ser equacionado durante toda a noite, com as autoridades envolvidas, na Grécia e em Frankfurt. Mas acrescenta que como ministro das Finanças "trabalharei com o Banco da Grécia e com o BCE sobre o que deve ser feito para minimizar o fardo para as pessoas pelo recusa da Europa de nos garantir direitos democréticos essenciais".

Varoufakis parece também não estar à espera que o BCE retire a linha de emergência.
Vai pagar os 1,6 mil milhões de euros ao FMI? Ao que Varoufakis lembrou que o BCE já lucrou 1,9 mil milhões de euros com os bancos gregos.

13h30 - Yanis Varoufakis deu uma entrevista onde se mostrou contra o controlo de capitais. O mesmo disse no tweet. "O controlo de capitais numa união monetária é contraditório. O governo grego opõe-se a esse conceito".


13h15 - 
Continuam as notícias de que muitos ATM (multibancos) na Grécia já estão sem dinheiro. No fim-de-semana já havia muitos gregos a levantarem dinheiro. Os últimos dados oficiais do Banco da Grécia são referentes a Maio, que atingiu o valor de depósitos (em stock) mais baixo desde Maio de 2004 (ver gráfico).

12h54 - Segunda a Reuters, o Conselho de Estabilidade Financeira grego terá marcado um encontro para este domingo à tarde para analisar a situação dos bancos. O Conselho integra o ministro das Finanças, Yanis Varoufakis, e o seu vice Dimitris Mardas e o governador do banco central Yiannis Stournaras, bem como o líder da associação de bancos, o presidente do fundo de resolução e o presidente da comissão do mercado de capitais.

12h30 - Ainda não há novidades oficiais sobre a reunião do BCE e, por isso, as agências internacionais vão revelando notícias baseadas em fontes anónimas. A BBC, logo pela manhã, noticiava que o BCE poderia cortar a linha de emergência, no que foi seguida por uma notícia da Reuters dando conta que a linha iria manter-se, mas que o BCE poderia estar a discutir cortar novamente os activos que podem ser dados como garantia. Mas o BCE continua em reunião e, por isso, há que esperar a decisão final. O BCE não tem comentado as notícias.

12h20 - As notícias que davam conta de que o ministro das Finanças austríaco tinha dito que a saída da Grécia do euro parecia inevitável foram corrigidas. Afinal, Hans Joerg Schelling disse que para a Grécia sair do euro tem, primeiro, de pedir para sair da União Europeia e os parceiros têm de concordar.

12h00 - Alexis Tsipras reúne-se na Grécia com os líderes dos outros partidos. De acordo com o Guardian, o encontro entre o primeiro-ministro grego e Antonis Samaras, ex-primeiro-ministro grego e líder do principal partido da oposição, Nova Democracia, já terminou. 

Deverá agora encontrar-se com Stavros Theodorakis, líder do partido do centro To Potami.

Ambos os partidos mostraram-se contra a realização do referendo, mas foram vencidos no Parlamento.

11h45 - Duas sondagens foram publicadas na Grécia este domingo. Ambas mostram a vontade dos gregos de se manterem na zona euro, mas foram realizadas antes de Alexis Tsipras anunciar a intenção de convocar um referendo. De acordo com a versão inglesa do jornal grego Ekathimerini, na sondagem da Alco para o jornal Proto Thema 57% dos inquiridos dizem ser de opinião de que a Grécia deve fazer um acordo com os parceiros europeus, enquanto 29% das respostas vão no sentido da ruptura.

Outra sondagem, da Kapa Research, para o jornal To Vima mostra que 47,2% dos inquiridos votaria a favor de um novo e austero acordo, o que compara com os 33% que que votariam a desfavor e 18,4% de indicisos. 

Ambas as sondagens foram realizadas entre 24 e 26 de Junho. Mas foi só na madrugada de 26 de JUnho que Alexist Tsipras anunciou o referendo. A margem de erro do inquérito da Alco é de 3,1% e a do Kapa é de 3,09%.

11h15 - Paul Krugman, nobel da Economia, escreve um artigo de opinião no seu blogue habitual no New York Times que "se me perguntam, foi um acto de loucura monstruosa por parte dos governos dos credores e das instituições atingirem este ponto. Mas fizeram-no e não posso de maneira alguma culpar Tsipras por se ter virado para os seus eleitores, em vez de lhes ter virado as costas". Até porque "se ganhar o referendo, o governo grego sairá reforçado pela legitimidade democrática que, penso, ainda é importante na Europa (se não for, precisamos de saber)".

10h23 -"Tudo fizemos para alcançar um acordo", garantiu, à antena da iTélé, o primeiro-ministro francês, Manuel Valls, citado pelo Le Figaro. E lamentou que o governo grego tenha "decidido interromper, unilateralmente, as negociações. Quando convocamos o povo é uma escolha soberana, que respeito, mas há um risco real, em caso de resposta negativa, de saída do euro". Ainda assim, o primeiro-ministro francês afirmou que "um acordo é, ainda, possível". E lançou um pedido a Alexis Tsipras: "Convido a Grécia a voltar à mesa de negociações".

Quanto ao BCE, Manuel Valls diz que a instituição é independente, mas assumirá as suas responsabilidades. Não penso que não possa continuar a dar o suporte à Grécia", sustenta, lembrando que numa semana foram levantados mais de mil milhões de euros do sistema financeiro grego. 

10h02 - Várias notícias davam conta que o ministro das Finanças austríaco afirmara que a saída da Grécia da Zona Euro "parece quase inevitável", após a recusa dos ministros das Finanças do Eurogrupo em prolongar o programa de assistência grego. Mas umas horas mais tardes, foi divulgado que tinha sido uma incorrecta tradução das palavras do ministro austríaco. O que terá dito é que uma saída da Grécia só será possível se Atenas fizer primeiro o pedido de sair da União Europeia e os outros países o aceitarem.

Além disso, "a Grécia é a única responsável por um fracasso das negociações", advertiu Hans Jorg Schelling em entrevista ao diário austríaco Die Presse, citada pela Lusa. 

10h00 - BBC noticia que o BCE cortou linha de financiamento, mas não há ainda confirmação.


9H40 - Está tudo à espera da reunião do BCE. O Banco Central Europeu iniciou a reunião de madrugada para analisar a situação. A Bloomberg acredita que Maria Draghi enfrenta o dilema de cortar o apoio ao sistema financeiro grego e ouvir que está a interferir politicamente ou continuar a injectar dinheiro e arriscar a credibilidade do euro. Na sexta-feira, a linha de emergência (ELA) estava em quase 89 mil milhões de euros. Em Fevereiro a linha tinha menos de 60 mil milhões de euros, mas foi quando o BCE anunciou que deixou de aceitar dívida pública grega como garantia para conceder empréstimos aos bancos da Zona Euro. 
Na sexta-feira o Governo grego garantia que os bancos abririam normalmente segunda-feira, mas no fim-de-semana já se notou corrida aos multibancos

The Governing Council of the ECB will hold a meeting in due course to discuss the situation. The ECB is closely monitoring developments.


 

As próximas datas-chave para a Grécia, ainda sem novas reuniões à vista
O calendário é apertado. E na segunda-feira os bancos abrem na Grécia? O vice-ministro grego George Katrougkalos, citado pela Reuters, disse na sexta-feira que sim, que abrem, e que não haverá controlo de capitais. Mas o povo saiu à rua e parou... em frente às caixas multibanco.

30 de Junho: O programa de resgate da troika termina. No mesmo dia vence [às 18h de Lisboa, 23h em Washington] o pagamento de 1,6 mil milhões de 
euros ao FMI, um valor acumulado de quatro parcelas devidas em Junho e que o governo grego tinha pedido para pagar de uma só vez no final do mês.

1 de Julho: Sem programa de assistência financeira, isso pode significar que não há mais liquidez de emergência cedida pelo Banco Central Europeu.

5 de Julho: Referendo na Grécia [para aprovação de condições que já não estão em cima da mesa].

10 de Julho: Títulos do Tesouro grego, no valor de 2 mil milhões de euros, têm de ser reembolsados.

20 de Julho: Obrigações no valor de 3,5 mil milhões de euros chegam à maturidade e têm de ser pagas aos parceiros da Zona Euro.

20 de Agosto: 3,2 mil milhões de euros em obrigações gregas vencem e têm de ser reembolsados. 
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COMENTÁRIOS
10 Comentários
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jeluis
11:28
Acabou-se a brincadeira irresponsável da esquerda. Quando é mau para um, é mau para todos, mas quem vai sofrer a sério serão os Gregos.
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Anónimo
14:38
Alguem tem de dar um MURRO-na-MESA, senao a TIRANIA e o fazer de tontos os Europas vai continuar até aparecer o tal MURRO!
Anónimo
14:34
para quê?
Anónimo
14:12
O BCE lucrou e então? OU será que os gregos são tão especiais que já nem têm de pagar juros? Estamos a assistir á maior chantagem feita por 2 putos com a ameaça de criaram um problema à europa, esquecendo o povo grego! palhaços!
Anónimo
14:03
Mudança avista!... Sinal vermelho para o capitalismo selvagem e verde para a grande mudança que vai instalar a convivência pacífica na terra!
Anónimo
13:56
Em breve a Grécia entra em guerra civil agradeçam ao Syriza
1500 euros por dia  [Leitor não registado]
13:53
A Grécia deve ser o paraíso dos ladrões por estes dias com tantos milhões a serem levantados
gregos fizeram a sua própria sepultura  [Leitor não registado]
13:47
Uma vitoria do tsripas uma vitória da irresponsabilidade
Anónimo
13:38
O syrisa terá as suas jogadas, mas a união europeia tinha mais era que dar até a segunda feira após o referendo, uma extensão de 5 dias.
Depois a Grécia que se desemerda-se assim mostram que querem que eles assinem o acordo a qualquer custo com jogadas toscas!
Eu avisei que a UE ia deixar cair 
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jeluis
11:28
Acabou-se a brincadeira irresponsável da esquerda. Quando é mau para um, é mau para todos, mas quem vai sofrer a sério serão os Gregos.
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Anónimo
11:05
será que há alguem na UE capaz de dar uma valente "ensinadela" ao Syriza? Mostrem aos gajos que o BCE, a UE, o FMI nao é um TASCO!

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