sábado, 27 de junho de 2015



Relação da TV com redes sociais é discutida pela Academia do Emmy

Usar ‘duas telas’ aumenta engajamento do público, diz executivo do Twitter.
Evento junta profissionais de televisão do mundo; Globo é anfitriã em 2015.

Rodrigo OrtegaDo G1 Rio
A relação da televisão com as redes sociais foi tema de conversa nesta sexta-feira (26) no encontro da Academia do Emmy Internacional, no Planetário do Rio. O uso da TV e smartphones ao mesmo tempo aumenta o engajamento do público com os conteúdos mostrados nas duas telas, mostraram os palestrantes. O dia de debates também questionou como esse engajamento do público em conteúdos sobre esportes e sustentabilidade pode levar a mudanças sociais.
“O público não se conecta apenas quando um conteúdo vai ao ar, mas também antes e depois da transmissão, então é preciso ter uma estratégia que funcione 24 horas por dia para cada programa”, disse Carlos Moreira, diretor de parcerias de mídia na América Latina do Twitter. Erick Brêtas, diretor de mídias digitais da Globo, e a autora Gloria Perez também falaram sobre TV e redes sociais. A moderação foi de Álvaro Pereira Júnior, chefe de redação do “Fantástico”.
O diretor de comunicação Sérgio Valente durante o encontro da Academia do Emmy Internacional (Foto: Globo/Estevam Avellar)O diretor de comunicação Sérgio Valente durante o
encontro da Academia do Emmy Internacional
(Foto: Globo/Estevam Avellar)
O uso de aplicativos móveis aumenta o engajamento emocional com a TV, disse Erick Brêtas, que apresentou à Academia do Emmy dois aplicativos da Globo. O primeiro é o app da emissora que foi divulgado durante a Copa do Mundo, promovendo interação com as transmissões dos jogos. O segundo app foi o Filma-E, que existiu tanto na ficção da novela “Geração Brasil” quanto na realidade dos espectadores, que puderam baixar e usar.

Gloria Perez lembrou o uso de redes sociais que chamou de “jurássicas” (sistemas do tipo BBS, nos anos 90), para criar a novela “Explode coração” (1995). A novela até tinha uma cena em que Gloria “previu” uma espécie de aplicativo de conversa por áudio ao vivo na rede, antes da popularização destes programas. “Isso dá para o novelista um campo de observação imenso”, disse a novelista.
Mesa sobre esportes durante o encontro da Academia do Emmy Internacional (Foto: Globo/Estevam Avellar)Mesa sobre esportes durante o encontro da Academia do Emmy Internacional (Foto: Globo/Estevam Avellar)
Engajamento no esporte e no meio ambiente
A manhã de encontros também teve conversas sobre o uso da TV e das novas mídias para envolver o público nos conteúdos relacionados a esporte e sustentabilidade. Na mesa de esportes, um dos casos mostrados foi do estudante João Lucas Barreto, que participou do projeto Reação, do ex-judoca e apresentador do Corujão do esporte Flávio Canto. Morador da Rocinha, no Rio de janeiro, ele conseguiu, com o apoio do projeto, entrar em uma escola particular e agora faz graduação em Direito.
“De alguma forma, o Brasil é muito ligado aos resultados dos jogos de esporte. E a gente precisa disseminar os comportamentos e valores ligados ao esporte. A Olimpíada é uma grande oportunidade para isso”, defendeu Gustavo Kuerten, que também falou nesta mesa. Juninho Pernambucano e o atleta paraolímpico Fernando Fernandes participaram da conversa.

Sergio Valente, diretor de comunicação da Globo e Carlos Souza, pesquisador do instituto Imazon, falaram sobre sustentabilidade, com moderação da jornalista Sônia Bridi. Carlos Souza mostrou o projeto que usa imagens de satélite e monitoramento digital na Amazônia, democratizando o acesso aos dados para alertar sobre o desmatamento. Sergio Valente falou sobre aliar entretenimento e responsabilidade social, e propôs à Academia do Emmy criar um prêmio para casos de mobilização social na TV.

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