Eurogrupo diz que Grécia 'fechou a porta' para negociações
Ministro grego anunciou referendo popular sobre a dívida.
Zona do euro exige mais medidas de austeridade.
O governo grego rejeitou as últimas propostas dos seus credores, disse o chefe do grupo de ministro das Finanças da zona do euro neste sábado (27), advertindo que Atenas "fechou a porta para novas negociações" e que a zona do euro vai conversar sobre as "consequências", segundo a agência Reuters. A Grécia depende de ajuda financeira para pagar uma dívida com o FMI, que vence na terça-feira (30), e entrará em situação de calote caso não haja acordo.
"Estou muito surpreso negativamente com as decisões de hoje do governo grego. Eles aparentemente rejeitaram as últimas propostas sobre a mesa das três instituições e, nessa base negativa, propuseram um referendo ao Parlamento", afirmou Jeroen Dijsselbloem, que preside o Eurogrupo, a repórteres antes da reunião de emergência em Bruxelas.
"Esta é uma decisão triste para a Grécia, porque (o país) fechou a porta para novas conversações ... Vamos ouvir o ministro grego (das Finanças) hoje em nossa reunião e, em seguida, conversar sobre as consequências futuras."
A zona do euro ofereceu liberar bilhões em ajuda se a Grécia aceitasse e implementasse reformas de previdenciárias e tributárias que são um fantasma para o governo esquerdista, eleito em janeiro sob a promessa de acabar com a austeridade.
Se a Grécia não fechar um acordo no final de semana para liberar os recursos, o país dará o calote ao Fundo Monetário Internacional (FMI) na terça-feira, possivelmente desencadeando uma corrida aos bancos, controles de capital e levantando dúvidas sobre seu futuro na zona do euro.
Referendo
O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, informou em um canal de TV que irá convocar umreferendo para que a população decida se aceita ou não as condições da União Europeia, Banco Central Europeu e FMI para que o país receba ajuda financeira. Mas a consulta popular será convocada no dia 5 de julho - depois do vencimento da dívida.
O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, informou em um canal de TV que irá convocar umreferendo para que a população decida se aceita ou não as condições da União Europeia, Banco Central Europeu e FMI para que o país receba ajuda financeira. Mas a consulta popular será convocada no dia 5 de julho - depois do vencimento da dívida.
Conforme informou a Agência EFE, o parlamento grego se reuniu neste sábado em sessão extraordinária para votar o pedido de Tsipras de realizar o referendo. Ao começo da sessão, o ministro do Interior, Nikos Vutsis, pediu aos deputados que votassem por unanimidade a favor do referendo e foi claro sobre o o governo pede nesta consulta, ao afirmar: "exigimos a rejeição às propostas das instituições e ao ultimato".
A crise na Grécia
A Grécia enfrenta atualmente "uma queda de braço" com os credores de sua dívida. O impasse tem gerado o temor de que o país deixe a zona do euro e até mesmo o bloco da União Europeia.
A Grécia enfrenta atualmente "uma queda de braço" com os credores de sua dívida. O impasse tem gerado o temor de que o país deixe a zona do euro e até mesmo o bloco da União Europeia.
Na última década, a Grécia gastou bem mais do que podia e pediu empréstimos volumosos para financiar suas despesas. O resultado é que o país ficou refém da crescente dívida.
Nesse período, os gastos públicos dispararam, com os salários do funcionalismo praticamente dobrando. A arrecadação do governo não acompanhou o ritmo, com evasão de impostos.
Atualmente, a dívida grega é de mais de € 320 bilhões (em torno de R$ 1 trilhão) e supera, em muito, o limite de 60% do PIB estabelecido pelo pacto assinado pelo país para fazer parte do euro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário