Portuguesa entre as vítimas do atentado na Tunísia
Estado Islâmico já reivindicou atentado. Governo ordenou fecho de 80 mesquitas e milhares de turistas estão a sair do país.
O secretário de Estado das Comunidades, José Cesário, confirmou na manhã deste sábado que uma portuguesa está entre as 39 vítimas mortais do atentado na Tunísia. A maior parte das vítimas são de origem britânica, francesa, alemã e belga. A Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo calcula que estarão na Tunísia mais de 200 portugueses.
Segundo José Cesário, ouvido pela TVI24, trata-se de uma mulher de 76 anos e era a única portuguesa que se encontrava hospedada no hotel Rio Imperial. A mulher foi transportada para um hospital da capital e estaria incontactável desde sexta-feira. Um responsável da embaixada portuguesa na Tunísia está a acompanhar a autópsia, avançou ainda o governante.
O grupo extremista autoproclamado Estado Islâmico (EI) reivindicou o atentado de sexta-feira contra um hotel perto de Sousse, na Tunísia, num comunicado difundido por contas jihadistas na rede social Twitter. Entretanto, os turistas estão a sair do país e o primeiro-ministro ordenou o fecho de 80 mesquitas que "incitam ao terrorismo" e reforçou a segurança em pontos considerados "sensíveis".
“O soldado do califado (…) Abou Yahya al-Qayrawani (...) atingiu o objectivo no hotel Imperial”, matando 39 pessoas, “a maior parte delas nacionais dos estados da aliança que combate o Estado do Califado”, refere o texto do Estado Islâmico divulgado nas redes sociais. O ataque visou “antros [de] fornicação, vício e apostasia na cidade de Sousse” e foi levado a cabo “apesar das apertadas medidas [de segurança] em torno destes antros na praia de Kantaoui”, acrescenta a nota.
O ataque de um homem armado contra o hotel Riu Imperial Marhaba, em Port El Kantaoui, na costa oriental, a 140 quilómetros a sul de Tunes e nos arredores da estância turística de Sousse, causou 39 mortos, segundo um balanço provisório citado pela AFP. O atirador, que perpetrou o ataque vestido como um turista, foi morto pela polícia.
Mesquitas fechadas
Neste sábado, o primeiro-ministro Habib Essid anunciou que 80 mesquitas serão fechadas por "incitarem ao terrorismo" e acrescentou que vai recorrer a militares na reserva para reforçar a segurança em "pontos sensíveis".
Neste sábado, o primeiro-ministro Habib Essid anunciou que 80 mesquitas serão fechadas por "incitarem ao terrorismo" e acrescentou que vai recorrer a militares na reserva para reforçar a segurança em "pontos sensíveis".
Na noite de sexta-feira, o governante informou que a maioria dos mortos era de origem britânica, alemã, belga e francesa. Pelo menos cinco britânicos e uma irlandesa estão entre as vítimas mortais, revelaram as autoridades daqueles países.
Entretanto, os turistas estrangeiros começaram a sair das estâncias turísticas tunisinas em direcção ao aeroporto de Enfidha, entre Tunes e Sousse. O êxodo começou na sexta-feira e continuava na manhã deste sábado. Os voos destinam-se a Londres, Manchester, Amesterdão, Bruxelas e São Petersburgo. Também o operador turístico Thomson anunciou, neste sábado, o envio de dez aviões para a Tunísia para repatriar 2500 turistas britânicos.
"Temos medo, ficarmos não é seguro", disse um turista do País de Gales à AFP. "A nossa agência aconselhou-nos a regressar de imediato ao nosso país", revelou um outro turista de origem belga.
Recorde-se que o turismo é muito importante para a economia local e contribui com 15,2% para o Produto Interno Bruto (PIB).
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